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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Poesia africana

MUKAI VI
P’ra não morrer nos teus lábios de prata
era preciso ser pássaro e serpente
p’ra não sentir os teus lábios de prata
era preciso ser mulher e gente
p’ra não sofrer nos teus lábios de prata
era preciso ser sonho
uma cabaça fechada
P’ra não morrer dos teus lábios de prata
era preciso não ser mulher, pássaro e gente
pintada de cicatrizes.
Ana Paula Tavares


QUE NEGRA É ESSA!


Que negra é essa!

Que negra é essa
Que da minha terra brotou
Trazendo consigo uma sina
O valor próprio do ser, Essa negra revelar
Essa negra é justa
Essa negra fulô...
Dela já lhe falaram
Nem que seja numa ditada
Ou dando exemplo de trabalho
E dedicação ao sonho
Essa negra idear
Essa negra é elite
Essa negra fulô...
Tenho pena de mim...
Vou seguindo meu destino
Neste mundo, de tudo quanto sente
Pois pouco te importa
Essa negra conquista
Essa negra é capaz
Essa negra fulô...
Mas essas negras mais raras
Tu és a mais rara?
Verei-te partir a alma a soluto
Um dia hei de anunciar ao mundo
Essa negra liberdade
Essa negra é flor
Essa negra fulô...


de Diogo Loncellot
Disponivel em: <http://www.pucrs.br/mj/poema-negro-57> . Acesso em:24 out. 2010.